Para compreender o valor e a importância da Santíssima Virgem Maria (e da Santa Casa de Meryemana) para os cristãos, é necessário conhecer também a história cristã de Éfeso.

Éfeso é a cidade onde viveu o Apóstolo João e Maria, a Mãe de Jesus, o qual deixou uma marca indelével da presença de Maria no seu Evangelho, escrito precisamente em Éfeso: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse a sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu em sua casa.” (Jo 19, 25-26).

Esta frase, indubitavelmente, confirma a presença de Maria acompanhando João em Éfeso, presença da qual os cristãos tinham consciência, mesmo que fosse uma discreta e escondida. Toda a tradição, do segundo e terceiro século com Tertuliano, Santo Irineu, Orígenes e Eusébio concorda em afirmar que São João veio a Éfeso. Tertuliano de fato declara que o apóstolo veio “cedo” para a Ásia (ad. Marc. Lig. IV, c. 5).

Santo Irineu, discípulo de São João, nascido em Esmirna por volta do ano 120 e educado na escola de São Policarpo, não excluí a presença simultânea de São Paulo e São João em Éfeso.

A tradição em Éfeso acredita que o Apóstolo São João, como não podia abandonar a Santa Mãe de Deus, que lhe havia sido confiada por Jesus, esteve em Éfeso, ou em seus arredores e ali permaneceu com o Santíssima Virgem Maria.

São Epifânio (310-413) bispo de Chipre, constata com pesar que as Sagradas Escrituras não nos dão nenhuma informação sobre os últimos anos de Maria Santíssima. O santo bispo, ansioso por destacar a pureza virginal de Maria, escreve: “Quando João partiu para a Ásia, a Escritura não diz de forma alguma que ele levou consigo a Santíssima Virgem e isso para não causar muito espanto às almas”. Não diz o santo, que Maria não esteve em Éfeso, simplesmente diz que as Sagradas Escrituras não mencionam o fato. Pois ele sabe que há algo de misterioso nisso.

A tradição em Éfeso diz que a Santa Virgem teve que acompanhar São João e provavelmente pode-se pensar que a “Dormição” da Santa Mãe de Jesus ocorreu neste lugar antes do ano 48. Quando a Santíssima Virgem tinha por volta de 63 anos de idade. Esta é a opinião mais comum. Desde o século VIII a Igreja síria jacobita segue a tradição de Éfeso, confirmando esta crença também nos séculos XII e XIII e mantendo-o vivo até os dias de hoje.

A tradição de Éfeso foi reavivada e apresentada com toda a sua força nos séculos XVII e XVIII, por historiadores de primeira linha e imediatamente transmitidos pelo sábio Papa Bento XIV.

A permanência e “dormição” de Maria em Éfeso também foi aceita por Papa Bento XIV, que assim comenta as seguintes palavras da Escritura “o discípulo a acolheu em sua casa”: “São João, partindo para Éfeso, levou Maria também para lá e daquele lugar a Beata Virgem Maria voou para o céu.” (Tratado dos Santos Mistérios na Sexta-Feira Santa).